Uma comunidade ribeirinha do Amazonas começou a ter a iniciativa de produzir o Pirarucu de maneira sustentável para importar sua carne para o sul do país. A localidade se chama Fonte Boa, situada em uma área conhecida como Triângulo, Reserva de Mamirauá, entre os Rios Jutaí, Solimões e Juruá, o município abriga mais de 700 lagos naturais. Cerca de 300 deles são usados como tanques para o manejo do pirarucu, um peixe nobre e ameaçado de extinção, mas que em Fonte Boa representa 90% da economia. Protegido por lei contra a pesca predatória, o pirarucu (Arapaima gigas), que em tupi quer dizer peixe vermelho, é um dos maiores peixes de escama de água doce do mundo. Pode chegar a 2,5 metros de comprimento e 200 quilos.
A pesca do PIrarucu só é permitida em áreas de manejo, o sistema começa com a contagem de peixes em cada lago. " O pirarucu é um peixe de respiração aérea, ele precisa vir à superfície de 30 em 30 minutos. Assim, fica fácil para os caboclos contarem. Depois os engenheiros de pesca fazem o cálculo da quantidade permitida para um abate sustentável. A pesca só volta a ser realizada no mesmo lago após cinco anos, tempo que o pirarucu leva para atingir a idade adulta. Esse ciclo se repete todos os anos, com revezamento dos lagos."
Este sistema já é adotado desde 2003 na região, em uma parceria realizada pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável com a Agência de Floresta do Amazonas, como parte do Projeto Zona Franca Verde. Os ribeirinhos de Fonte Boa retiram cerca de 30 mil exemplares de pirarucu por ano dos lagos. O modelo de manejo participativo envolve 4 mil pessoas de 100 comunidades. Cada família recebe uma cota e é responsável também por fiscalizar e preservar os lagos. A chamada "despesca" (quando não há abate) acontece de agosto a novembro.
(FONTE: http://www.estado.com.br/editorias/2007/10/04/ - REPORTAGEM http://txt.estado.com.br/editorias/2006/01/28/ger27902.xml )
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