GLOBO.COM - Após cerca de sete horas, terminou na tarde desta sexta-feira (25) uma operação bem-sucedida para devolver a tartaruga que estava no Aquário Municipal de Santos, no litoral paulista, ao seu habitat natural. Às 14h50, biólogos, veterinários, representantes da Marinha e da Polícia Ambiental conseguiram deixar o animal próximo ao Parque Estadual Marinho da Laje de Santos, localizado a mais de 40 km da costa.Um guindaste foi usado para locomover o macho da tartaruga-de-couro, que é um adulto de 340 kg. Ela foi içada do tanque em que estava no aquário e colocada em uma pequena piscina com pouca água. De caminhão, foi levada até o cais da Marinha, de onde partiu em um rebocador até águas profundas. Veterinários e biólogos se revezavam jogando água nas suas costas em uma tentativa de amenizar o desgaste do animal. O mar tranquilo contribuiu, mas o sol forte tornou o trajeto ainda mais penoso.Cansada da viagem e assustada pelo contato com os humanos que teve ao longo dos dias que passou longe do oceano, a tartaruga acostumada a viver em águas profundas demorou para submergir. Cerca de 15 minutos após o rebocador que a transportou e a lancha que levou os jornalistas se afastarem, ela continuava na superfície. O biólogo Demétrio Martinho, do Aquário Municipal de Santos, explicou que essa demora já era prevista.“Ela reagiu mais ou menos como a gente esperava. Ela apresentou uma certa dificuldade para afundar. Isso é natural. Como está cansada, ela está na superfície respirando, boiando. Ela descansa na superfície da água, mas ela já conseguiu dar mergulhos mais profundos.” A tartaruga pegou uma corrente marítima com sentido sul, que a conduzirá para águas bastante profundas, segundo o especialista.
Animal vive 200 anos
A tartaruga-de-couro, como é  conhecida, tem uma carapaça formada por escudos, que é mais  hidrodinâmico. Ela vive cerca de 200 anos. Ela foi encontrada muito  debilitada na entrada do Porto de Santos, no dia 17 de março. Desde que  chegou ao aquário, ela foi alimentada apenas com soro e vitaminas. Não  há registro de animais da espécie em cativeiro porque eles só se  alimentam de algumas espécies de águas-vivas. Ainda não se sabe o que a levou a se aproximar tanto da costa e tenha  apresentado saúde frágil. “A hipótese mais provável é que ela tenha  confundido sacolas plásticas com águas-vivas, que é seu alimento  natural”, contou Martinho. Exames de raio-x mostraram que o animal tinha  em seu organismos objetos estranhos.Durante a viagem de barco que demorou três horas no mar, as embarcações  passaram por lixo urbano (copos, sacos plásticos) na superfície. Mais  adiante, porém, já próximo do local onde a tartaruga foi deixada, um  grupo grande de golfinhos seguiu a embarcação onde estavam os  jornalistas, mostrando que a área é livre de poluição e repleta de  peixes.“A operação serve para chamar a atenção das pessoas para o problema que  atinge uma série de espécies. A iniciativa para salvar um só animal  ameaçado serve de alerta”, afirmou Luiz Miguel Casarini, do Instituto de  Pesca, da Secretaria de Agricultura e de Pesca do Estado de São Paulo.A tartaruga recebeu uma espécie de brinco em suas nadadeiras, o que  permitirá que ela seja localizada caso volte a aparecer na costa  brasileira.
Fonte: Globo.com
 

 
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