sábado, 26 de março de 2011

Operação para devolver tartaruga ao mar demora cerca de 7 horas em SP


GLOBO.COM - Após cerca de sete horas, terminou na tarde desta sexta-feira (25) uma operação bem-sucedida para devolver a tartaruga que estava no Aquário Municipal de Santos, no litoral paulista, ao seu habitat natural. Às 14h50, biólogos, veterinários, representantes da Marinha e da Polícia Ambiental conseguiram deixar o animal próximo ao Parque Estadual Marinho da Laje de Santos, localizado a mais de 40 km da costa.Um guindaste foi usado para locomover o macho da tartaruga-de-couro, que é um adulto de 340 kg. Ela foi içada do tanque em que estava no aquário e colocada em uma pequena piscina com pouca água. De caminhão, foi levada até o cais da Marinha, de onde partiu em um rebocador até águas profundas. Veterinários e biólogos se revezavam jogando água nas suas costas em uma tentativa de amenizar o desgaste do animal. O mar tranquilo contribuiu, mas o sol forte tornou o trajeto ainda mais penoso.Cansada da viagem e assustada pelo contato com os humanos que teve ao longo dos dias que passou longe do oceano, a tartaruga acostumada a viver em águas profundas demorou para submergir. Cerca de 15 minutos após o rebocador que a transportou e a lancha que levou os jornalistas se afastarem, ela continuava na superfície. O biólogo Demétrio Martinho, do Aquário Municipal de Santos, explicou que essa demora já era prevista.“Ela reagiu mais ou menos como a gente esperava. Ela apresentou uma certa dificuldade para afundar. Isso é natural. Como está cansada, ela está na superfície respirando, boiando. Ela descansa na superfície da água, mas ela já conseguiu dar mergulhos mais profundos.” A tartaruga pegou uma corrente marítima com sentido sul, que a conduzirá para águas bastante profundas, segundo o especialista.

Animal vive 200 anos

A tartaruga-de-couro, como é conhecida, tem uma carapaça formada por escudos, que é mais hidrodinâmico. Ela vive cerca de 200 anos. Ela foi encontrada muito debilitada na entrada do Porto de Santos, no dia 17 de março. Desde que chegou ao aquário, ela foi alimentada apenas com soro e vitaminas. Não há registro de animais da espécie em cativeiro porque eles só se alimentam de algumas espécies de águas-vivas. Ainda não se sabe o que a levou a se aproximar tanto da costa e tenha apresentado saúde frágil. “A hipótese mais provável é que ela tenha confundido sacolas plásticas com águas-vivas, que é seu alimento natural”, contou Martinho. Exames de raio-x mostraram que o animal tinha em seu organismos objetos estranhos.Durante a viagem de barco que demorou três horas no mar, as embarcações passaram por lixo urbano (copos, sacos plásticos) na superfície. Mais adiante, porém, já próximo do local onde a tartaruga foi deixada, um grupo grande de golfinhos seguiu a embarcação onde estavam os jornalistas, mostrando que a área é livre de poluição e repleta de peixes.“A operação serve para chamar a atenção das pessoas para o problema que atinge uma série de espécies. A iniciativa para salvar um só animal ameaçado serve de alerta”, afirmou Luiz Miguel Casarini, do Instituto de Pesca, da Secretaria de Agricultura e de Pesca do Estado de São Paulo.A tartaruga recebeu uma espécie de brinco em suas nadadeiras, o que permitirá que ela seja localizada caso volte a aparecer na costa brasileira.

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Fonte: Globo.com

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