quinta-feira, 30 de junho de 2011

Amazônia tem superlotação de peixes-boi em tanques


A população de peixes-boi da Amazônia que vive em cativeiro já chegou a cem animais, superlotando os tanques dos dois únicos laboratórios do Norte do país em que pesquisadores estudam a espécie ameaçada.
A maioria dos animais que estão nos tanques --estruturas com 9 m de diâmetro e 2,5 m de profundidade-- são filhotes. Eles foram resgatados de lagos depois que as mães foram abatidas por caçadores. Eles chegam aos laboratórios doentes e com ferimentos.
Na seca de 2010, ao menos 300 animais foram mortos. A carne do peixe-boi é valorizada nos mercados das cidades ribeirinhas.
No Laboratório de Mamíferos Aquáticos do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), em Manaus, existem 52 bichos. Em média, os três tanques do lugar deveriam abrigar dois animais cada um, mas há 17 peixes-boi dividindo o mesmo espaço.
Em Balbina, distrito de Presidente Figueiredo, onde funciona o Centro de Preservação e Pesquisa em Mamíferos Aquáticos da Eletrobras, já são 48 animais vivendo em três tanques.
O veterinário do Inpa Anselmo d'Affonseca diz que a superlotação dos peixes-boi em cativeiro é resultado do aumento da matança dos animais adultos e do resgate eficiente dos bichos que ficaram presos em malhadeiras (rede de pesca).
Ele disse que o Inpa não tem recursos para construir novos tanques e que, só com a alimentação dos animais, o instituto gasta R$ 300 mil por ano. "Os tanques são estruturas caríssimas, e não temos orçamento para isso", disse.
Sem dinheiro, a solução para o problema é a pré-soltura dos peixes-boi em lagos de reservas particulares, diz o veterinário. Outra alternativa é uma campanha de educação para conscientizar a população da preservação da espécie, que deve acontecer em agosto. 

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