quarta-feira, 6 de julho de 2011

Couro de peixes usado em bancos de automóveis


ACRÍTICA.COM - Couros de peixes lisos e escamosos do Amazonas passarão a ser utilizados na produção de bancos para veículos, bolsas e acessórios. Através do projeto ‘Curtimento de couro de peixe’, pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) em parceria com Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) deverão implantar, ainda no segundo semestre, uma Unidade Gestora de Couro de Peixe. A unidade funcionará como um laboratório onde será realizado o processamento dos couros para o fornecimento a empresas interessadas. De acordo com o pesquisador da Coordenação de Pesquisas em Tecnologia de Alimentos do Inpa e coordenador do projeto, Nilson Aguiar, o instituto está em fase de compra dos equipamentos necessários para no processamento do material. A unidade funcionará nas dependências do Inpa, na avenida Ephigênio Sales. Nilson explicou que as pesquisas sobre a utilização de couro de peixe vem sendo realizadas há 16 anos pelo instituto. “Nos últimos dois anos conseguimos essa parceria com a Suframa e começamos a planejar a estrutura do laboratório. O processamento do couro de peixe requer cuidados específicos”, disse. Segundo o pesquisador, o Inpa tem um projeto aprovado orçado em R$ 1,4 milhão para as atividades com os peixes. O trabalho de curtimento pode ser feito com quase todos os peixes da região: surubim, tambaqui, tucunaré, curimatã, dourada, pirarucu, pirarara. “Esses peixes tem cores exóticas, o que acaba despertando a atenção para a produção de acessórios”, apontou. 
Interesse
O coordenador do projeto destacou que a empresa Knorr Indústria, do Rio Grande do Sul, se interessou nos couros que devem ser processados no Amazonas. Inicialmente, os produtos seriam utilizados na produção de bancos de couro para veículos. A empresa teve conhecimento de uma dissertação de mestrado apresentada pelo instituto e comunicou o interesse. A Knorr tem parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), que já mantem um laboratório de processamento de pele de peixes. De acordo com Nilson, uma equipe de técnicos e pesquisadores do projeto começou a fazer um treinamento na universidade para atuar no laboratório do Amazonas. “Essa equipe deve repassar as informações para os profissionais que também devem ser incluídos nas atividades do laboratório”, informou.

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