D24AM - O
ituí-cavalo (Apteronotus albifrons) é um peixe de hábitos noturnos que
vive na Região Amazônica. Ele é cego, mas consegue emitir uma leve
corrente elétrica na água para determinar como é o ambiente onde está.
Estes peixes possuem receptores distribuídos pelo corpo, que permitem ‘sentir’ o ambiente a partir da corrente elétrica emitida.
Os
pesquisadores da Universidade Northwestern acreditam que essas
características podem ajudar no desenvolvimento de uma nova geração de
robôs autônomos que operam debaixo d’água.
A
partir do ituí-cavalo, os pesquisadores criaram robôs que conseguiram
se mover em meio a destroços e na escuridão total. Eles seriam úteis em
casos de navios naufragados ou em vazamentos de petróleo, por exemplo.
“Hoje
não temos robôs subaquáticos que funcionem bem em meio a obstruções ou
em condições onde a visão não é muito útil”, disse Malcolm MacIver, um
dos líderes da pesquisa científica. “Pense em um navio de cruzeiro
afundado. É muito perigoso mandar mergulhadores para estas situações,
onde a água pode ser muito turva”, acrescenta ele.
MacIver
mostrou o resultado de sua pesquisa na reunião anual da Associação
Americana para o Progresso da Ciência (AAAS, na sigla em inglês), em
Chicago, nos Estados Unidos.
Sensores
Malcolm
MacIver estuda o ituí-cavalo há anos, decifrando seus sistemas
sensorial e de movimento. Para o pesquisador, é possível aprender com
estes peixes. “Eles não usam a visão para caçar durante a noite nos rios
da bacia do Amazonas, e seus movimentos em meio a raízes amontoadas e
florestas inundadas têm que ter uma precisão incrível”, disse o
pesquisador.
Estes peixes geram um campo elétrico a partir de
neurônios modificados em sua medula espinhal. Quando a caça, como
insetos aquáticos, entram neste campo, o peixe consegue medir a
minúscula mudança na voltagem graças aos receptores na superfície de sua
pele. Sensores foram espalhados no robô, de maneira semelhante ao corpo
do ituí-cavalo
“O peixe desenvolveu um sistema incrível. Imagine
como seria se sua retina fosse esticada, cobrindo todo seu corpo. Está é
a situação do ituí-cavalo”, disse MacIver. “Eles detectam em todas as
direções. Eles emitem um tipo de radar, mas é um campo elétrico; e os
receptores sensoriais espalhados por toda a superfície do corpo
significam que eles conseguem detectar coisas vindo de todas as
direções”, afirmou.
Com base nestes estudos do peixe amazônico, o
cientista desenvolveu um robô que, dentro do tanque no laboratório,
reage ao que está em volta e se move de acordo com a informação que
recebe dos obstáculos que encontra no tanque.
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Fonte: D24AM
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