Terra - Alguns peixes tropicais poderiam se adaptar rapidamente a viver em águas mais quentes, revela um novo estudo australiano, que descobriu que os animais têm uma capacidade maior de sobreviver a temperaturas marinhas mais altas do que se pensava anteriormente.
Cientistas do Centro de Estudos de Corais da Universidade James Cook, em Townsville, Austrália, descobriram peixes que se ajustaram, ao longo das gerações, a um habitat mais quente concebido para refletir elevações nas temperaturas do mar atribuídas ao aquecimento global. A cientista Jennifer Donelson explicou que quando um peixe-donzela fica exposto a temperaturas da água entre 1,5º e 3ºC acima dos níveis atuais, observa-se um declínio marcante de sua capacidade aeróbica, afetando sua habilidade de nadar mais rápido.
"A primeira geração realmente se esforçou para enfrentar os aumentos de temperatura", afirmou Donelson à AFP nesta terça-feira. "Mas com duas gerações mantidas nestas temperaturas, nós vimos que a capacidade aeróbica melhorou", acrescentou. Donelson, que está concluindo seu PhD na Universidade James Cook, disse que a pesquisa demonstrou que algumas espécies podem se ajustar mais rapidamente às mudanças climáticas, uma vez que o peixe-donzela atinge a maturidade em dois anos.
"A surpresa realmente foi quão rápido isto aconteceu, que tenha levado apenas duas gerações. Penso que todos acham que as espécies serão capazes de se adaptar, mas quanto isto vai demorar era algo desconhecido", afirmou. O estudo foi projetado para observar como os peixes enfrentariam temperaturas marinhas mais elevadas, esperadas para ocorrer em 2050 e 2100. Os cientistas usaram temperaturas oceânicas tropicais prováveis baseadas em tendências atuais de emissões antropogênicas de dióxido de carbono.
No entanto, eles alertam que as descobertas se aplicam a uma única espécie de peixe de recife de coral e não responde à questão mais complexa da sobrevivência do hábitat coralino em si ou ao impacto das mudanças climáticas na cadeia alimentar marinha.
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Fonte: Terra
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