quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Manejo de peixes ornamentais é discutido na Reserva Amanã

O 3º Intercâmbio entre Manejadores de Peixes Ornamentais, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, no Amazonas, permitiu compartilhar as experiências já desenvolvidas, expondo desafios e identificando gargalos para a atividade. Participaram do encontro manejadores das reservas Unini, Piagaçu-Purus e Amanã, além de pescadores que atuam no Lago Tefé, representantes de compradores e técnicos e pesquisadores do Instituto Mamirauá e do Instituto Piagaçú. "A ideia deste intercâmbio surgiu para que os grupos que desenvolvem a atividade não trabalhem isolados, buscando estratégias coletivas para contornar problemas comuns", conta o técnico do Programa de Manejo de Pesca do Instituto Mamirauá, Jovane Marinho. A atividade foi realizada de quarta-feira (3) a sábado (6). Marinho lembra que o primeiro intercâmbio aconteceu em 2011, na Reserva Extrativista do Rio Unini, com o objetivo de mostrar os benefícios do trabalho em grupo. "Achamos necessário nos reunir também em 2012, para tratarmos de um assunto muito delicado: a seleção dos peixes", observa. Esse encontro foi realizado na Reserva Piagaçú-Purus. "Os pescadores de lá foram os primeiros a dominarem estas técnicas de seleção e categorização dos peixes, tornando-se mais autônomos em relação aos compradores."  O acará-disco (Symphysodon aequifasciatus), por exemplo, é procurado no mercado exterior de aquarismo e pode ser do tipo comum, do tipo semi-royal e do tipo royal, conforme o padrão de seu colorido ou fantasia, a orientação de suas estrias ou pontilhados, além da cor de seus olhos, que precisam ser vermelhos. Essa classificação dos peixes implica valores distintos para a venda. Nesta terceira edição ocorreram apresentações de técnicos que assessoram o manejo e de pesquisadores que trabalham com o tema. Atividades práticas para a pesca de acará-disco também foram desenvolvidas. Uma galhada artificial, estrutura usada para atrair este peixe, foi montada, e a pesca foi realizada. Com alguns animais capturados foi possível fazer uma avaliação sobre a classificação conforme os padrões discutidos no intercâmbio anterior. Além de envolver quem já desenvolve a atividade, o intercâmbio é uma oportunidade para novos projetos. Elcimar Damasceno, da comunidade Água Branca, na Reserva Mamirauá – que ainda não realiza o manejo –, participou do encontro com esse intuito. "O peixe ornamental pode ser uma fonte de renda para a gente e por isso eu quis participar, para levar este conhecimento e esta troca de experiência para o meu setor, onde existe um grande potencial para manejar estes peixes ornamentais", diz.
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